sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Eis que a vida prega umas pecinhas engraçadas. Há algum tempo escrevi um texto chamado "O camaleão daltônico", e ontem meu colega de trabalho, o ilustrador Ricardo Tokumoto, publicou esta tira com o mesmo título e bastante parecida com meu texto, sem que tivéssemos nos comunicado... Segue o link para a tira, onde há o link para o meu texto também!
domingo, 2 de setembro de 2012
terça-feira, 10 de abril de 2012
Da liquidez II
Gole a gole,
ao invés de ganir diante do espaço
vou-me aos poucos cedendo ao cansaço.
Gole a gole,
ao invés de ferir-me os olhos,
vai a luz se apagando, falha.
Gole a gole,
vai-me entorpecendo o mundo
e eu, pro-fundo, entregando-me ao delírio.
Assim, gole a gole.
Como as gotas de sangue que se esvaem dos pulsos de um suicida.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Durante um jantar...
- Não vou comer mais.
- Nunca mais?
- Nunca. Vou me alimentar de sol.
- Se eu pudesse, eu me alimentaria de palavras.
- Ia ter uma congestão.
- É. Até porque eu gosto de palavras indigestas...
domingo, 1 de abril de 2012
Liquidez
Líquido, não é que não tenha forma própria, é que costuma tomar a forma daquilo que o contém. Até que transborda.
sexta-feira, 16 de março de 2012
Um dia, algo acontece e tu não esqueces. De repente, passam-se 10 anos. E aquilo permanece.
"...que cicatrizes falam \ Mas as palavras calam \ O que eu não me esqueci..."
Porém, de repente, a memória - doida senhora - se confunde: mistura luto a recordações e a dor torna-se somente uma estação. Logo o trem se move, as lembranças seguem no bagageiro.
Só tu não te moves de ti.
quarta-feira, 14 de março de 2012
Para celebrar o dia nacional da poesia
Grande Mistério
Põe teus pés neste chão e te lambuza
Com os tons mais terrenos obscuros
E no escuro obtuso me toma, suja,
Imunda desta grave existência, enlama
Minha pele e fere meus sacrifícios.
Depois, lava, adentra meus orifícios
E adensa minhas entranhas, estranhas
Ao mundo teu. Perde-te em meu buraco,
Abismo dos devassos, e retorna.
Findo este breu, lava, dá início ao
Grande Mistério: inunda-te do meu
Ser, nada por minhas fantasias,
Delira, cria. O incandescer.
Assim faze de mim o que queres.
Só não me deix'esquecer.
sábado, 21 de janeiro de 2012
Fragmentário
Sentia-se imensamente feliz. Mas eis que, talvez por contraponto, ou meramente pra exercitar, em algum recanto da imensidão, invadiu-lhe a tristeza.
Sucumbiu.
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