segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Solstício de verão

Hoje é o solstício de verão, ou seja, o dia mais comprido do ano, a noite mais curta do ano. Resumindo, o dia que não termina nunca mais, praticamente o inferno, devido ao calor escaldante e à preguiça interminável de existir.
Hoje à tarde eu não dormi, eu morri na cama por algumas horas. Nâo gosto muito da necessidade de dormir. Dormir à tarde eu abomino.

Ou seja, não curti o dia de hoje.

É como eu sempre digo:

"Deste verão não passo..."

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Imagine

Imagine a situação:

Uma pessoa se esquece de ficar acordada.

Consegue? Faça um esforço, imaginar é bastante divertido!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

veja só

hoje é o dia mundial de luta contra a aids e eu não vi nenhuma campanha em lugar nenhum.
que coisa.

sem nexo algum, imagine a situação:

uma pessoa vai tomar banho e esquece de tirar a roupa.

cômico!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

quente

Todo o ano eu digo "Deste verão não passo..." mas até hoje sobrevivi. Porém hoje estou tendo dúvidas.
Se eu nunca mais escrever, é porque morri de calor mesmo.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Atrasos

Este é o ano dos atrasos.

Como se não bastasse as coisas da gripe e tudo que foi adiado, as crises alérgicas que me acometem mas que não são minhas, geralmente setembrinas, estão se manifestando agora.

Estranho.

sábado, 14 de novembro de 2009

Pêssego

Hoje eu almocei. Almoço todos os dias, mas o almoço de hoje foi diferente. Eu estava comendo um pêssego, a única fruta que consigo suportar no meio da comida, quando me dei conta de uma coisa: o pêssego tem um sabor sincero.
Eu adoro pêssego. É uma das poucas coisas boas do clima quente, junto com andar de pés descalços. O calor me faz mal.
Voltando ao sabor do pêssego. Cada vez que mordo um pêssego, já sei o que esperar de seu sabor, dada a sinceridade dessa fruta. Mesmo assim, cada pêssego que como fico perplexo. Sei o que vou sentir, sei como vou sentir, mas cada novo pêssego é um novo susto. O pêssego é uma fruta superior às outras. Por isso é revestido pela casca de pêssego, como se vestisse um veludo real. Por isso que quando alguém quer elogiar a pele de outra pessoa, fala que essa tem pele de pêssego.
Algumas frutas têm inveja do pêssego. A ameixa, por exemplo. Ou a nectarina. Elas tentam ser como o pêssego, mas não conseguem. Uma fruta consegue chegar perto, mas não no mesmo patamar: o damasco.
O pêssego é surpreendentemente delicioso!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Alergias...

Estava eu sentado escrevendo uma resenha pra faculdade, conversanado no msn, tomando chimarrão e comendo, quando me vem uma súbita crise alérgica. Com ela, muito ódio, além de espirros e um nariz trancado.
Eu posso escrever enquanto faço as coisas supracitadas (essa palavra é muito chique), mas escrever com crise de alergia não dá!

Quem a alergia pensa que é pra atrapalhar minha escrita?

Enfim...
me veio a pergunta "Se eu fosse uma ovelha, teria crises alérgicas?".

Perguntei pruma (essa palavra não é chique) amiga "Acho que sim, ovelhas têm muito pelo. Acho que se você fosse uma vaca não teria."

Faz sentido...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

leituras

Este foi um dia muito estranho. Houve momentos em que senti medo de mim mesmo. Então escrevi, depois li Clarice Lispector.

Duas frases que me sinto obrigado a escrever aqui:

O desejo é instável.

Encarar de frente o desconhecido.

Essas frases não são citações diretas. São citações indiretas, pois passaram por mim.

Palavras...

Neste post, significarei duas palavras.

A primeira é a palavra coordenador.
Recentemente, descobri que o real significado dessa palavra é resolvedor de problemas. O coordenador, o presidente ou seja lá como for chamado o cargo, é o cara que resolve os problemas quando eles surgem.
Claro, há suas vantagens em ser coordenador da algo. Há os dois lados. Assim como os seres humanos, cheios de lados-facetas, contradições, ambiguidades...


A outra palavra é naturalidade.
Fico pensando: o que é encarar uma situação com naturalidade?

Em minhas reflexões, acredito ser, de certa forma, ignorar. Quando algo é encarado com naturalidade, não se faz necessário falar sobre, discutir, rediscutir, revelar, contar etc etc. A naturalidade está em viver a situação e conseguir conversar sobre algo simplesmente. Sem nenhum rodeio. Sem forçar nada.

Mesmo assim, deixo a pergunta no ar, se alguém quiser me auxiliar na reflexão...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

calor

eu odeio calor
está muito quente
não sei se vou sobreviver
se sim voltarei a escrever algo por aqui

por enquanto vou derretendo...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Origens...

O calor não me faz bem.
Menos bem me faz o horário de verão.
Não sei se isso tem algo a ver com o que me aconteceu, mas precisava constatar as duas afirmações.
Ando bastante atarefado e atribulado, talvez isso tenha mais a ver que o calor e o horário de verão.
O que me aconteceu foi, talvez, um resgato às origens.
Sempre dizem que não negamos a raça, que o fruto não cai longe do pé e essas coisas... Pois é. Pra quem não sabe, moro com a minha avó, criatura estabanada por natureza. Esses dias já bati a mão na minha escrivaninha com tanta força que chegou a sangrar. Falei "Preciso me mudar, já tô pegando as manias...". Mas não me mudei.

E o que me aconteceu foi:
Na terça-feira, saindo do trabalho e indo para a parada de ônibus, pensando em milhões de coisas, mais do que minha cabeça poderia suportar. Ela ter armado um esquema e me deixado ligeiramente cego, porque não vi uma placa no meio do caminho. Caminhei diretamente para ela e bati minha cabeça. Ficou ardendo e quando levei a mãoa estava sangrando. Agora percebo que minha cabeça armou um esquema contra mim mesmo pra que eu desse uma pancada na placa e a aliviasse um pouco do excesso de pensamentos.
O problema foi passar todo o trajeto do ônibus segurando uma folha de caderno na testa, para estancar o sangue. E ainda caminhar duas quadras da mesma forma na rua, com todas as pessoas olhando.
Agradeço isso ter me acontecido na terça, quando eu estava com um relativo bom humor. Se tivesse sido na segunda, eu teria quebrado o pé também, porque iria voltar e chutar a placa, tamanha irritação que estava.
Agradeço também não ficado marca nenhuma aparente. O corte foi onde há cabelo tapando. E já está quase curado.
E para finalizar, o comentário: minha avó já bateu a cabeça várias vezes...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Nininha, a joaninha

Estava eu em meu quarto quando recebo uma visita inusitada: uma joaninha vermelha.

Há muito que não via uma joaninha vermelha. Tão linda. Tão pequena. Parecia frágil. Deu-me vontade de cuidar. Mas uma joaninha não pode ser aprisionada. Ela precisa ser livre para trazer sorte! Mesmo assim, passei a chamá-la de Nininha, por sugestão inspiradora...

Nininha passeou pelo meu notebook. Passeou por mim também. Até me assustei quando surgiu na gola do meu casaco.

Enfim, Nininha me fez lembrar dos tempos de infância, algo meio Casimiro de Abreu. Passei boas horas observando joaninhas vermelhas no jardim de casa na minha infância querida que os anos não trazem mais.

Nininha, me traz sorte hein?

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Conveniências...

Estava eu hoje a escutar o Jornal do Almoço. Passou uma reportagem interessante sobre a implementação de velas eletrônicas na Catedral em Porto Alegre. Mais interessante foi quando o padre foi entrevistado e declarou que quer educar a comunidade para essa questão de preservação ambiental e da igreja em si, evitando a queima de velas naturais. Para isso, ele declarou ser necessário renovar a tradição.

Tal notícia seria excelente se não fosse hipócrita.

Renovar a tradição é bom. Mas só quando convém? Não é contra os dógmas da Santa Madre Igreja passar a acender velas eletrônicas ao invés de acender as naturais???

Se é pra renovar a tradição, senhores padres, pensem em coisas mais úteis e relevantes, como parar de condenar o uso de preservativos, parar de condenar as pesquisas com células-tronco, quem sabe liberar o matrimônios para os sacerdotes (evitaria alguns casos de pedofilia...), parar de chamar homossexuais de aberração e de condenar o sexo antes do casamento e outras tantas coisas...

domingo, 6 de setembro de 2009

Prayers for Bobby

Há tempo não escrevo sobre filmes.

Quero agora escrever sobre um filme essencial para muitos: "Prayers for Bobby", em livre tradução Orações para Bobby. Acho que não tem versão em português ainda. Quando tiver, aconselho todos a assistir.

O filme conta a trajetória de uma mulher magnífica, Mary Griffith, mãe de Bobby. Uma mulher forte e corajosa, que sempre manteve a família unida e sólida, que sempre se manteve fiel à religião e à Bíblia. Entretanto, sem nunca questionar. Fé cega.

Bobby era gay. Quando ela descobre isso, tenta curar o filho, tenta salvá-lo de ir para o inferno. Não preciso dizer que ela não consegue fazer ele deixar de ser gay. Mas consegue atormentá-lo tanto que ele comete suicídio.

Sim, o filme é pesado. Eu, que raramente choro, solucei. Talvez porque tenha me identificado com o tempo em que a religião me atormentava. Meu ceticismo me salvou.

Disse antes que Mary é uma mulher magnífica. Entrentanto, deves estar pensando, como? se ela não aceitava a homossexualidade do filho?

Digo como: depois de sua morte, ela procura informações sobre homossexualidade. Procura entender. E entende. Passa a lutar pelos direitos dos homossexuais.

O filme é ficção, mas é baseado em fatos reais. Bobby existiu. Mary também.

Quando assitires ao filme, irás entender o que agora digo:

Mary, eu não desisto!

domingo, 23 de agosto de 2009

Religião

Percebo que nunca antes escrevi sobre religião. É um assunto que gerará muitos posts, provavelmente.

Resolvi agora escrever sobre um ritual interessante nas missas católicas: a comunhão.
É o momento em que o padre entrega a hóstia e diz "Corpo de Cristo" e devemos responder "Amém". OK. Sabem as pessoas o que isso simboliza? Hum, creio que não. Tudo bem, me dirão que é o que Jesus fez em sua última ceia com os apóstolos, blablabla. Porém, o buraco é mais embaixo.

Muito tempo antes de existir catolicISMO (grifo no ISMO), já existia uma crença, um minto chamado vampirismo. Ohhh, que escândalo, dirão beatas ao ler isto. Comparar catolicISMO ao vampirismo. Comparo sim. A ideia é a mesma. A hóstia não simboliza o corpo de Cristo? que deve ser comigo para renovação de nossa própria carne?

Vampiros fazerm a mesma coisa, por isso são eternos.

Estou dizendo que a Igreja Católica copiou, ou pelo menos se inspirou num mito pagão?
Sim, estou. E não estou brincando. Nâo dá pra brincar com o insconsciente coletivo.

Fato ou mito, real ou invenção, não importa, não importa. O que importa é a simbologia.

Heresia.

Fogueira pra mim...

domingo, 2 de agosto de 2009

Com o perdão da ironia

“A Bíblia contém seis condenações aos homossexuais e 362 aos heterossexuais. Isso não quer dizer que Deus não ame os heterossexuais. É apenas que eles precisam de mais supervisão”
Lynn Lavner

“Os gays deveriam poder se casar. Apenas porque alguém é gay não quer dizer que não precise sofrer como o resto de nós”
Jeff Shaw

“Se Michelangelo fosse hétero, a Capela Sistina teria papel de parede”
Robin Tyler

Mais frases podem ser encontradas clicando aqui.

sábado, 1 de agosto de 2009

Mais uma que a gripe me apronta.
Nâo consegui comprar passagens de estudante, devido à prorrogação do início das aulas.

Porra, ainda sou estudante, mesmo nas férias.
Faço estágio e preciso das passagens diariamente.

Já cansei de encarar com bom humor o tal H1N1.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

gripe II

Maldita merda de gripe.

Minhas aulas só recomeçam dia 17 de agosto. Provavelmente vão até o Natal

A Jornada Nacional de Literatura foi postergada.

Gripe filha da puta, vai tomar no cu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 26 de julho de 2009

Gripe

Caríssimos supostos leitores, sintam inveja de mim.
Quantos de vocês algum dia tiveram a oportunidade de se sentir num filme clichê americano, no qual um vírus mortal se alastra, por um acidente, por um atentado, por alienígenas etc etc...?
Pois é, estou me sentindo assim.
O cenário é hilário. Pessoas apavoradas, andando de máscara na rua. Cada um com seu pote de álcool gel na bolsa\mochila, lavando as mãos a cada pouco. Pessoas evitando contato físico. Eventos cancelados. Hospitais sendo reformados para aumentar a área de isolamento. Repórteres tendo orgasmos laborísticos por poder noticiar tamanhã tragédia. E por aí vai.
Nem parece que moro em Passo Fundo, a Capital Nacional da Literatura, com um indíce de leitura duas vezes maior que a média no resto do país, comparável com a média de leitura da França, país de longa tradição literária.

É a incoerência do ser humano. Não é fascinante?

Volto a postar em breve, se não pegar a gripe A, influenza A, o vírus H1N1, ou como chamaram no começo e depois disseram que é errado, gripe suína. Eu prefiro chamar de Gripe dos Porkinho, assim mesmo, com k e letra maiúscula, já que se tornou tão influente na minha vida.

até

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Semana do sapo

Todos os anos, durante o inverno, começa a chover num final de semana e só para no outro.

Esta é a semana de nos metamorfosearmos em sapo, pois é bom ver as coisas de uma forma diferente, de vez em quando.

Embora eu tenha a impressão de que sempre vejo as coisas de uma forma diferente.

Mesmo assim, é bom ver diferente do diferente, pra não enjoar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Boçalidade II

Ainda existem pessoas capazer de querer "curar" um homossexual.

é... se alguém disse que viver era fácil, este sim é o ser mais mentiroso do mundo.


combustível, tudo combustível...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Boçalidade

Se meus olhos tivessem raio laser, uma criatura que não sei como é professor universitário teria hoje virado cinzas.
Explico o porquê. Aliás, explico uma das tantas boçalidades por ele cometidas.

Estávamos em um seminário com o escritor Flávio Carneiro sobre a obra A distância das coisas. Esse seminário era para os alunos de algumas escolas de minha cidade. Ou seja, os alunos deveriam fazer perguntas e discutir com o escritor. O "professor" (uso aspas porque a palavra tem um sentido que o cara não merece), a meu ver, faltou com o respeito aos alunos quando ele próprio fazia perguntas.
O que realmente me irritou foi uma das perguntas. Preciso contextualizar: no livro há um menino de 14 anos com algumas preocupações na cabeça, portanto demora pra perceber que sua amiga gosta dele de forma especial.
O dito cujo interrompe tudo, pega o microfone pra dizer que alguns de seus alunos comentaram que o menino não tinha "pegada" (aspas aqui por ser expressão oral). Pergunta ele por que o menino era tão lerdo (já faltando com o respeito ao tempo de cada um, como se fosse imprescindível que todo homem seja "pegador", mas isso é outra discussão), ou se ele era meio BOIOLA mesmo.
Foi quando ouvi essa palavra, que destaco no texto, que meu olhar fulminou o ignorante. Sei que boiola é uma palavra usada para designar um homem homossexual, assim como viado, bicha, entre outras. Sei que há uma paranoia, uma crise no masculino, que envolve a questão da homossexualidade. Procuro respirar e relevar algumas questões. A luta continua, etc etc. Mas o que diabos a homossexualidade tem a ver com a falta de "pegada"? Ser homossexual não significa perder a virilidade. Somente quem ignora tal questão pode pensar nisso, demonstrando preconceito. Horrível é pensar que alguém assim ocupa um papel social tão importante.
Eu senti um misto de fúria, irritação, vergonha e pena.
Mas encaro isso como combustível.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ímã de geladeira

Não sei o porquê, mas senti uma vontade de postar aqui que eu adoro ímãs de geladeira.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ouvi uma menina dizer "Ihh, meu namorado é um viadinho..."

O viadinho, nesse caso, significa o quê?

Fiquei pensando sobre isso. Creio que o que ela quis dizer foi que o namorado dela era fraco, não-viril, e essas coisas todas pelas quais os homens se xingam de viados, como se isso fosse a maior ofensa do mundo.

Entretanto, mulheres, vocês estão aí xingando a si próprias. Por quê? Pelo fato de que o que mais fere um homem ao ser xingado de viado é a passividade. E a passividade é uma característica histórica e psicologicamente associada ao feminino. Ou seja, quando um homem xinga outro de viado, está inconscientemente dizendo que esse homem pode assumir papel passivo em sua sexualidade. Em outras palavras, está sendo feminino, está sendo mulher. No fundo, está querendo dizer "Cara, você foi rebaixado ao papel de mulher".

Portanto, mulheres, mais cuidado com seus xingamentos.

domingo, 21 de junho de 2009

Inverno

Estamos oficialmente no inverno.
Normalmente isso me deixa feliz, mas desta tanto faz.
Muito estranho.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Eu sou um livro

Fiz um teste, descobri que sou o livro A paixão segundo G.H. da Clarice Lispector.

Eis o resultado:

"A paixão segundo GH", de Clarice Lispector
Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundos – profundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender.
Assim é também "A paixão segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única


Quem quiser fazer o teste:
http://educarparacrescer.abril.uol.com.br/leitura/testes/livro-nacional.shtml

Eu sou um livro

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Acordar

Acordar é algo estranho. Comigo acontece algo sinistro: eu acordo pensando coisas realmente fantásticas, coisas que eu realmente não sei de onde tiro. Lembro de coisas antigas, as vezes imagino diálogos... Mirabolante (palavra esta que por si só mereceria um post, mas fica pra outra hora).

Hoje eu acordei e lembrei de uma palavra

ATORDOADO

Com o frio que anda fazendo, eu acordo levemente atordoado, além do mau humor, inseparável companheiro matutino.
Seguindo o atordoado, lembrei de quando eu assistia Pokemon. Eles davam um golpe que deixava o inimigo atordoado. Era engraçado!

domingo, 31 de maio de 2009

Onde andará Dulce Veiga

é o título do último livro que li.
Um livro de busca e desencontros. Uma história de detetive, mas não um detetive de crimes, um detetive de si mesmo.
Jornalista decadente e infeliz, o protagonista um dia se pergunta "Onde andará Dulce Veiga?" famosa cantora que um dia desapareceu e ninguém mais parecia se lembrar dela.
A partir daí busca por ela, numa trajetória simbólica que é a busca por si próprio.

O autor do romance é o mestre Caio Fernando Abreu, que descreve o cantar de Dulce como um pedido de desculpa por ter sentimentos e desejar. Só essa frase já faz a leitura epifânica.

Perguntei a mim mesmo "Onde andará minha Dulce Veiga?". A mim mesmo respondi "Sabes onde ela está". A mim mesmo trespondi "Não consigo ir ter com." Fiquei em silêncio.

sábado, 30 de maio de 2009

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Depois de muito pensar, depois de um trabalho intenso eu elaborei uma frase bem bonita, intensa:

Eu me sinto bem no frio. E no calor... eu me sinto mal.

Vejam quanta poesia nela há.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Sinto que algo de extraordinário deveria acontecer hoje.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Estou irritado de novo. Hoje é um bom dia para ser atropelado.

domingo, 24 de maio de 2009

Fui humano numa sexta-feira à noite.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

http://www.clam.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=abaixo2

Se alguém quiser ajudar...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Infelicidade da consciência

“Vê”
Dizem aqueles que vêem.

Mas se vêem, não vêem
Que os que não vêem
São mais felizes?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

vim aqui registrar minha irritação
só não sei porque estou irritado
de tempos em tempo me acontece isso, acordo irritado com vontade de sumir da face da terra por uns dias
é estranho

nesses dias aumenta a minha vontade de dizer "tá e daí?" pras pessoas que falam e falam sem parar e sem dizer nada que preste

tchau que escrever já me irritou

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Saramago

Acabei de ler o livro O envangelho segundo Jesus Cristo. Se não me engano, Saramago foi excomungado por causa desse livro. Realmente, ele retrata Jesus como um ser humano, sem caráter divino, apesar de filho de Deus. O livro é excelente, naquele estilo que só Saramago sabe fazer. Como todo ser humano, Jesus vive sua carnalidade e os dilemas de escolher, arcando com as consequências disso.
Algo que realmente me chamou a atenção foi o final. Saramago de fato subverte, pois Jesus não pede que Deus perdoe os homens por não saberem estes o que fazem, mas pede as Homens que perdoem Deus, porque ele não sabe o que faz.
Algo a se pensar...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Retorno

Estive passando por um momento de não-tédio. Por isso não escrevi.
Mas sinto que o tédio começa a retornar, ainda meio tímido.
Logo voltarei a escrever. Não sei como sei, mas sei.
É estranho. Coisas estranhas acontecem comigo.
Acho que é porque é assim que eu vejo o mundo.
Enfim, acabei de escrever um post.
Até breve!

sábado, 11 de abril de 2009

Do desejo Hilda Hilst

Quem és? Perguntei ao desejo.
Respondeu: lava. Depois pó. Depois nada.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

friozinho está chegando!!!!!!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Dia zero

Disse o homem: haja Deus!
E houve Deus.

Whisner Fraga

sábado, 21 de março de 2009

Outono

Ontem era equinócio de outono, mas eu acabei me enrolando e não escrevi aqui. Talvez porque era equinócio de outono e a noite tem a mesma duração que o dia. Pode parecer bobagem, mas eu me sinto conectado com essas coisas. O clima, a estação, o tempo influenciam minha mente, meu corpo, meu coração. E o equinócio de outono significa o fim do verão, que eu odeio, e o prenúncio da chegada do inverno, que eu amo!
A razão de minha simpatia por equinócios e solstícios deve estar na origem pagã dessas festas. Eu imagino as fogueiras, a música, as substâncias alucinógenas e todo aquele clima de culta à Grande Deusa e me dá uma saudade de algo que nunca vivi... Vá entender isso???

Pra terminar, um poema de Elisa Lucinda chamado Ele

Já começa a beijar meu pescoço
com sua boca meio gelada meio doce,
já começa a abrir-me seus braços
como se meu namorado fosse,
já começa a beijar minha mão,
a morder-me devagar os dedos,
já começa a afugentar-me os medos
e a dar cetim de pijama aos meus segredos.
Todo ano é assim:
vem ele com seus cajás, suas oferendas, suas quaresmeiras,
vem ele disposto a quebrar meus galhos
e varrer minhas folhas secas.
Já começa a soprar minha nuca
com sua temperatura de macho,
já começa a acender meu facho
e dar frescor às minhas clareiras.
Já vem ele chegando com sua luz sem fronteiras,
seu discurso sedutor de renovação,
suas palavras coloridas,
e eu estou na sua mão.
Todo ano é assim:
mancomunado com o vento, seu moleque de recados,
esse meu amante sedento alvoroça-me os cabelos,
levanta-me a saia, beija meus pés,
lábios frios e língua quente,
calça minhas meias delicadamente
e muda a seu gosto a moda de minhas gavetas!

É ele agora o dono de meus cadernos, meu verso, minha tela,
meu jogo e minhas veretas.
Parece Deus, posto que está no céu, na terra,
nas inúmeras paisagens,
na nitidez dos dias, no arcabouço da poesia,
dentro e fora dos meus vestidos,
na minha cama, nos meus sentidos.

Todo ano é assim:
já começa a me amar, esse atrevido,
meu charmoso cavalheiro, o belo Outono,
meu preferido.

sábado, 14 de março de 2009

Dia da Poesia

Hoje, 14 de março, é DIA DA POESIA

Segue uma que eu adoro do poeta português Mario de Sá-Carneiro

Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.


Adriana Calcanhotto musicou o poema e gravou no CD\DVD Público
Eu tentei achar um link no youtube, mas não consegui...

sábado, 7 de março de 2009

A paixão segundo G.H.

É esse o título do livro que acabei de ler. O livro mais difícil, denso e perigoso que já li. É um livro sem volta, depois que você leu, a vida não é mais a mesma. Caio Fernando Abreu escreveu, no conto Eles, que está no livro O ovo apunhalado, que ver é irreversível. Clarice Lispector, a autora do livro do título, faz com que vejamos.
A história é de uma simplicidade imbecil, até mesmo: uma mulher, G.H., entra no quarto que pertencera a sua empregada para arrumá-lo. Mas a empregado o mantinha arrumado, entretando não como ela gostaria. Ela se sente desolcada em sua própria casa. E vê uma barata, e sente medo. Então faz as mais profundas e simples divagações filosóficas sobre ser e existir. O que acontece com ela e a barata eu não conto, só lendo para saber.
Clarice é uma deusa, uma feiticeira, pois suas palavras enfeitiçam. Ela constroi, depois desconstroi e destroi para novamente construir e destruir e reconstruir e desconstruir. Ela acaba com o que há dentro de nós. E depois preenche. Ela escreve com as mais simples palavras, as coisas mais banais, mas vai fundo nas agonias de ser e existir. Podemos sentir a dor dela ao ler, a imensidão de sua compreensão de mundo e de pessoas, de almas, de ser, de existir, de transcender.
Confesso que tive medo.
Ler Clarice é uma experiência singular e imprescindível. Ler A paixão segundo G.H. é sofrer todas as dores da humanidade e crescer imensamente. É uma experiência de paixão.
Pra terminar este breve comentário louco, quero transcrever um pedaço do conto do Caio já referido:
"-Deixa que a loucura escorra em tuas
veias. E quando te ferirem, deixa que
o sangue jorre enlouquecendo também
os que te feriram."
Clarice o fez. Eu a feri. Ela me enlouqueceu.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Lembranças...

Estava eu pensando na vida, quando lembrei de uma antiga professora, da minha segunda série do ensino fundamental, que na época chamava primeiro grau. O nome dela era Cidi Sana (só não tenho mais certeza se se escreve assim). Ela era uma fera. Todos tinham medo dela. Entretanto, o que eu lembrei foi de uma determinada manhã, a seguinta a uma prova, em que fui chamado para a frente. Levantei e fui, com medo... Cheguei à mesa da professora e ela me mostrou minha prova e disse "Você esqueceu de fazer uma questão, faz agora" (Não sei se foi exatamente isso, mas foi mais ou menos parecido). Enfim, fiz a questão e fui sentar, ela corrigiu e devolveu minha prova e as dos demais colegas.
Hoje lembrei e pensei como ela foi delicada ao realizar tal ato, e como confiou em mim, afirmando que eu tinha esquecido e não que tinha deixado em branco de propósito. É realmente provável que seja verdade, quem me conhece sabe.
Pra terminar, hoje lembrei com carinho da minha professora da segunda série do ensino fundamental.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

"Não vim pra esclarecer nada. O que eu puder confundir, eu confundo"
Ney Matogrosso (1983)

http://www.youtube.com/watch?v=z14btKZQ4V4

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carnaval

É, mais uma vez estamos na abonança do Carnaval. Quinta o Brasil começa a funcionar novamente...
Estamos aí nesta festa orgiástica, onde tudo pode, tudo é bonito, o importante é a folia e se deixar levar, afinal, depois serão 40 dias de resguardo. ?. Isso mesmo, um ponto final seguido de um de interrogação e outro final.
Não saio no Carnaval.
Nunca saí.
E provavelmente nunca sairei, mas nunca digo nunca, porque nunca é muito tempo.
Pessoas caindo de bêbadas, suadas, todas se esfregando... Tenho pavor disso.
Sim, sou fresco.
Preferia a transmissão do Oscar.
Tchau

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Tempo

O tempo é um tema recorrente. Que ainda recorrerá muito, creio...

Desta vez, um lindo poema de Mario Quintana

Olho as Minhas Mãos

Olho as minhas mãos: elas só não são estranhas
Porque são minhas.
Mas é tão esquisito distendê-las
Assim, lentamente, como essas anêmonas do fundo do mar...
Fechá-las, de repente,
Os dedos como pétalas carnívoras !
Só apanho, porém, com elas, esse alimento impalpável do tempo,
Que me sustenta, e mata, e que vai secretando o pensamento
Como tecem as teias as aranhas.
A que mundo
Pertenço ?
No mundo há pedras, baobás, panteras,
Águas cantarolantes, o vento ventando
E no alto as nuvens improvisando sem cessar.
Mas nada, disso tudo, diz: "existo".
Porque apenas existem...
Enquanto isto,
O tempo engendra a morte, e a morte gera os deuses
E, cheios de esperança e medo,
Oficiamos rituais, inventamos
Palavras mágicas,
Fazemos
Poemas, pobres poemas
Que o vento
Mistura, confunde e dispersa no ar...
Nem na estrela do céu nem na estrela do mar
Foi este o fim da Criação !
Mas, então,
Quem urde eternamente a trama de tão velhos sonhos ?
Quem faz - em mim - esta interrogação ?

Clipping

"...Por isso mesmo eu sempre torço nariz para oficinas, para debates e para qualquer tentativa de criar um método único e um conselho essencial para alguém se tornar escritor.
...Longe de mim também querer ensinar algo ao Sir Hatoum. Sei há muito tempo que escritores têm apenas o compromisso de escrever, quando abrem a boca muitas vezes dizem bobagem... como eu. Não precisam ter compromisso com caráter, com os bons modos, com o bom senso. Não acho que a opinião de um escritor conte muito. O que conta, para quem faz ficção, deve ser a imaginação. Não quero que questionem minha criatividade, o resto todo podem questionar...
...É um mercado muito restrito. Muito pouco profissional. Mas acho que ajudaria se escritores consagrados não abrissem a boca para aumentar preconceitos, para diminuir o público leitor, e para se auto canonizarem, como se tivessem a fórmula única da consagração.
..."

Clipping de alguns trechos de um texto escrito pelo jovem escritor Santiago Nazarian, que pode ser lido na íntegra em seu blog http://www.santiagonazarian.blogspot.com/

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Tempo

Acabo de chegar do cinema. Assisti ao filme O curioso caso de Benjamim Button. Só posso dizer que é uma obra-prima!
Não quero contar a história, isso é fácil encontrar em sites... Quero escrever um pouco sobre o tempo, tema que está mais do que presente (passado e futuro) no filme, e em mim, e em todos. Não há poeta que nunca tenha refletido em sua obra sobre o tempo. O que mais lembro agora é Cazuza cantando "Não, o tempo não pára" e toda a saga da família Terra Cambará, contadas por Erico Verissimo na também obra-prima O tempo e o vento.
Entretanto, todas essas formas de retratar o tempo, sua passagem, suas marcas diferem da de Benjamim Button. Tive grande identificação com o personagem por ele ser ao contrário, que é como me sinto várias vezes... O tempo é feito de momentos, de encontros e desencontros, de memórias que são esquecidas e lembradas, de registros. O tempo vai passando e as coisas vão mudando, e as coisas vão permanecendo iguais, e nós vamos mudando, e nós seguimos permanecendo os mesmos. Inevitável. Por isso, como diz uma frase algumas vezes repetida no filme, mas que já não lembro na íntegra "podemos espernear, brigar, nos revoltarmos. Mas chega uma hora em que precisamos let go". Coloquei em inglês porque faz mais sentido. Explico: Let go é traduzido como aceitar no filme, mas não significa bem isso, ao meu ver. Let go pode ser deixar ir, deixar partir. Assim como fazemos com o tempo. Não importa o que aconteça ou o que deixe de acontecer, precisamos deixar o tempo fluir, aprender a viver novamente, todos os dias, todos os momentos, o tempo inteiro. No filme A massai branca, sobre o qual já escrei aqui, está presente um amor que let go.
Assistir ao Curioso caso de Benjamim Button é sofrido, é difícil, mas não é perda de tempo. Há poesia na fotografia, na maquiagem, na história, na interpretação de Cate Blanchett, mais linda do que ela própria.
Chamo a atenção para a presença de tempestades. Como Ana Terra costumava dizer "Sempre que acontece alguma coisa importante está ventando", significando passagem, renovação, mudança. Neste filme, sempre que acontece alguma coisa importante há uma tempestade, significando a revolução, o caos que se insere dentro de cada um de nós no momento em que o tempo nos marca.
Há ainda outros elementos do tempo no filme, como o relógio que gira em sentido anti-horário, mas este post já está grande o suficiente. Se maior ficar, ninguém terá tempo de ler, nos dias corridos de hoje.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Funk do Suassuna

O título parece contraditório? Assista, não é preciso comentários...

http://www.youtube.com/watch?v=0D92AS8HqLA&feature=related

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Tempo de definições

“Só que homossexualidade não existe, nunca existiu. Existe sexualidade – voltada para um objeto qualquer de desejo. Que pode ter genitália igual, e isso é detalhe. Mas não determina maior ou menor grau de moral ou integridade”.
Caio Fernando Abreu

"Homossexual é exatamente isso: duvidoso, instaurador de uma dúvida. Em outras palavras: algo que afirma uma incerteza, que abre espaço para a diferença e que se constitui em signo de contradição frente aos padrões de normalidade. Ou seja, trata-se do desejo enquanto devir e, portanto, como afirmação de uma identidade itinerante."
João Silvério Trevisan in Devassos no paraíso p. 43

Indignação

Após a doçura de Drummond, um post indignado

Na página inicial do msn tinha uma chamada de notícia do Big Bosta Brasil: Fulana dança funk e fulano fica com ciúme.
Aqui vai meu recado: MSN, não me importa quem dança ou deixa de dançar funk, e quem sente ou deixa de sentir ciúme. Minha vida é mais interessante, entretanto não permito expô-la a todo o Brasil.

Poema de Drummond

Cantiga de viúvo

A noite caiu na minh'alma,
fiquei triste sem querer.
Uma sombra veio vindo,
veio vindo, me abraçou.
Era a sombra do meu bem
que morreu há tanto tempo.

Me abraçou com tanto amor
me apertou com tanto fogo
me beijou, me consolou.

Depois riu devagarinho,
me disse adeus apenas com a cabeça
e saiu. Fechou a porta.
Ouvi seus passos na escada.
Depois mais nada...
acabou.

Carlos Drummond de Andrade (Sentimento do mundo)

Li esse poema e o achei tão lindo que merecia ser postado neste blog. É triste, mas a tristeza tem um que de melancolia, de dia chuvoso e cinzento que me atrai, me fascina, me seduz. Ainda mais quando a tristeza é doce e intensa, como o poema. O amor vem, fogoso. O amor vai, saudoso. E com a falta que ele faz é que ele sobrevive.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A massai branca

Soneto de Fidelidade

Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

Mais uma vez escrevo sobre um filme. Não pretendo escrever só sobre filmes, mas enfim, é o que tenho feito...

Dessa vez, assisiti ao filme A massai branca, de Hermine Huntgeburth. O filme é excelente.

Trata-se de uma história de amor. Linda? Não. Feia? Muito menos. A história de um amor que pode ser escrito assim AMOR, com todas as letras maiúsculas.
Seria lindo e maravilhoso poder dizer que o amor vence qualquer fronteira, seja física, línguística, de gênero, cultural e outras tantas. Das que acabo de listar, creio que o amor sobreviva, e com boa vontade e colaboração mútua, até consiga superar alguns obstáculos. Mas a questão cultural é complicada. Podemos não perceber, mas estamos tão acostumados com nossa cultura, que é difícil viver em outra. Falo isso em teoria, na prática não sei como é.

Por que disse que a história é de AMOR? Porque a Massai Branca e o Massai negro, após alguns anos de amor, compreendem que chegou um ponto em que a vida juntos não faz mais sentido. Ela parte, ele deixa ela ir.

Lembrei de uma história que alguém que amo me pediu para ler. Chama-se O Pássaro Encantado, de Rubem Alves. É sobre amor e liberdade. Uma história perfeita!

Também acho linda a história de amor do filme O Fantasma da Ópera, o último feito, não lembro o nome do diretor, só lembro que o fantasma é Gerard Butler e Minnie Driver é a Carlotta. (eu sei que to conectado na internet e com alguns clics acharia tudo, mas tô com preguiça ponto). O fantasma compreende que Ms. Daee não ama ele, ama outro, mas não sente repulsa por ele, ao contrário, gosta dele como ele é. Então, ele deixa que ela viva seu amor por outro homem. O amor deles é verdadeiro.

Há outro filme de amor que eu amo (perdoem a repetição da palavra amor). Mas isso fica pra outro post, pois vale um texto enorme, hehe. Pra não ser muito chato, o nome é Imagine eu e você.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Acabo de lembrar de uma coisa

Odeio frases do tipo "Quando tudo está perdido sempre existe uma luz", retirada de uma música da Legião Urbana que não lembro o nome e estou com preguiça de procurar.

Ora, se tudo está perdido, não há luz, e se há luz, nem tudo está perdido.

Registrada minha indignação.

No mais, estou indo embora.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Persépolis

Persépolis é o nome de um dos filmes indicados ao Oscar de melhor animação de 2008, ao qual acabo de assistir. O filme é baseado nos quadrinhos de Marjane Satrapi, protagonista da história, sobrivivente da guerra no Irá durante a Revolução Islâmica. O filme é maravilhoso por ser cru, mostrar a história de uma mulher, não de uma heroína, muito menos de uma anti-heroína. Não sem poesia, entretanto. Portanto, quem quiser uma dose de coragem para viver, assista o filme.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Banheiros masculinos

Muitos homens têm grande curiosidade em saber o que se passa nos banheiros femininos. Há um grande mistério em volta disso. Como eu adoro mistérios, não tenho tanto essa curiosidade. Acho que os homens podiam prestar mais atenção nos seus próprios banheiros. Sempre procuro dar uma lida nas frases escritas, pra me divertir. Já vi coisas absurdas, do tipo "xupa meu cú" (assim mesmo, com x e acento), "adoro chupar e dar o cu, me liga xxxxxx", "adoro chupar policiais", ou "fulana da a buceta facil tel xxxxx". Tem alguns "politizados" (essas aspas não indicam citação) "os comunistas são todos uns viados", "vocês são uns comunistas de merda" etc., etc., blablabla...
Mas esses tempos, numa viagem, li, pela primeira vez e para meu espanto, uma frase que me fez pensar
"O mundo seria um lugar melhor se os homens admitissem que choram, e as mulheres que se masturbam"
Não parecia frase de banheiro masculino. Mas estava lá.
Sim, homens choram, porque são seres humanos, mas escondem isso, talvez pra evitarem parecerem femininos, frágeis, passivos, sei lá. E isso causa problemas!
E as mulheres, se masturbam? Acredito que sim, pois são seres humanos. Mas também escondem, talvez para não parecerem masculinas, para não parecerem putas, vagabundas etc. blablabla.

Ah, foda-se tudo isso!
Sejamos felizes!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Para me aliviar do filme de ontem, assisti mais dois hoje.

O primeiro foi Mamma Mia, dirigido por Phyllida Lloyd. Preciso dizer que Meryl Streep é simplesmente maravilhosa, ela sempre é a personagem, louca, apaixonada, resignada, fechada, malvada, mandona... Amo ela!
O filme é engraçadíssimo, inteligente e divertido! Excelente para desetressar e recuperar a fé na humanidade. Detalhe mais gostosamente surpreendente: o personagem de Colin Firth descobre que é gay!!!!
O outro filme foi Desejo proibido, de Martha Coolidge. São 3 histórias, em diferentes épocas, de casas formados por duas mulheres. O primeiro é bem sofrido, mostra a dificuldade dos casas homo em construir uma vida juntos, pois uma delas morre, velhinha, e o herdeiro não permite que a outra fique morando na casa.
A segunda história mostra o preconceito que algumas lésbicas feministas têm contra lésbicas que se sentem à vontade vestidas de homem. É tão difícil respeitar as diferenças e aceitar o outro como ele é?
A terceira história conta o processo de um casal tentando engravidar, por inseminação artificial. Gostei muito das reflexões de Ellen, personagem de Ellen DeGeneris.

Para finalizar esse post, quero transcrever um poema de Mariana Ianelli, retirado do livro Passagens

Negro faisão, e tão negro
Que, ao sol, a plumagem azulava.
Excelência da natureza...
Dos pássaros, o mais nobre.
Entre as revelações de Deus,
A pura simplicidade.
Velho faisão, sem tormento,
Teu apogeu se desfez
Na manhã fulminante de um sábado.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Um crime americano

Acabo de assistir ao filme Um crime americano, de Toomy O'Haver.
Sempre me considei uma pessoa fria, mas nunca imaginei que existisse tamanha frieza como a da mulher do filme. Sempre achei bobagem essas histórias de não dizer o nome e coisa e tal, mas agora não ouso escrever aquele nome. Melhor, não ouso chamar aquilo de mulher. Mulheres são seres fantásticos. Aquilo é menos que um monstro. Não há palavras para descrever a crueldade, a falta de capacidade para viver, a frieza, a desumanidade de seus atos. Quem achar que suporta ver o filme que o faça. Eu não aconselharia a algumas pessoas que eu amo, pois o filme me deixou com um vazio interno e um medo tão profundo do que dizem ser humanidade. Não sei se é pior ou melhor saber que o filme é baseado em um caso real, pois eu realmente teria problemas (já tenho) em manter minha fé na humanidade se alguém tivesse sido capaz de criar uma história como aquela.
Me alivia pensar que posso contar com pessoas que amo, elas sabem quem são, não preciso dizer pra todo mundo... Agradeço por existirem, agradeço pela segurança que me dão.
Voltando pro filme, pelo menos a menina morreu, pois se tivesse ficado viva, não consigo imaginar como ela poderia suportar a existência.